Sempre que somos questionados sobre as atribuições da boa gestão, apontamos três responsabilidades fundamentais:
- Garantir que há um método de trabalho definido;
- Garantir que o método definido está sendo praticado;
- Garantir que há pessoas qualificadas para seguir o método.
Há bem mais responsabilidades que um gestor pode assumir. Entretanto, essas três são imprescindíveis.
Definição de um método
[tweet]Empresas consolidadas “entregam” de forma consistente, buscando eficiência operacional, sem comprometer sua oferta. Ou seja, são consistentes e obcecadas pela redução dos custos.[/tweet]
A boa gestão, em empresas consolidadas, é caracterizada pela previsibilidade e pelo planejamento.
[tweet]Startups operam em regime de incerteza. Por isso, tentam definir e estabilizar seus modelos de negócios da forma mais ágil e rápida possível. Ou seja, validando hipóteses, falhando e aprendendo rápido.[/tweet]
Para cumprir seus objetivos, tanto empresas consolidadas quanto startups precisam de método.
Empresas que operam sem método podem até ter ótimas iniciativas, mas são péssimas com “acabativas”. Com o tempo, convertem-se em cemitérios de boas ideias, que tem mortandade aumentada na medida em que o turn over aumenta.
Empresas consolidadas que discursam o desejo de ter um “espírito de startup”, geralmente estão buscando novos impulsos de crescimento. Caso contrário, o “espírito de startup” é apenas expressão de incompetência ou ignorância de seus gestores.
Empresas que não tem método praticam o que chamamos de “gestão por soluço”. Ou seja, tem objetivos móveis, difíceis de atingir ou aquém do potencial, e tem suas salas de reunião sempre “reservadas”.
Concordamos com o professor Falconi que diz que [tweet]empresas que fazem “reunião demais” não sabem onde querem chegar.[/tweet]
O gestor garante que há um método definido. Caso contrário, não é gestor de verdade, mas sim uma referência operacional, possivelmente bem intencionada, mas tremendamente incompetente.
Execução do método
[tweet]Pouco adianta haver um método definido se ele não é seguido. As melhores empresas brilham, exatamente, na execução.[/tweet]
Métodos bem definidos produzem indicadores de forma consistente que mostram a qualidade da execução.
Não há Kanban sem mensuração de lead-time e cycle-time. Não há Scrum sem burndown.
[tweet]Fazer gestão de um negócio, em um mercado competitivo, sem indicadores é o mesmo que comandar uma aeronave, na tempestade, sem instrumentos. A sobrevivência é mais por sorte do que por mérito.[/tweet]
A boa gestão garante que o método definido está sendo executado e observa a eficiência através de indicadores bem definidos.
Treinar as pessoas
Empresas, sobretudo as de capital intelectual, dependem de gente boa, que sabe fazer o trabalho, executando o método. Para isso, elas precisam ser treinadas.
É inútil ter método definido e indicadores verificáveis se o time não sabe fazer o que precisa ser feito.
Consistência demanda repetição.
A gestão que não dedica tempo para garantir que as pessoas tenham bom treinamento é condenada a gerenciar desvios de resultado.
A essência do bom treinamento é deixar claro, segundo o método, o que é esperado e permitido, além do que é indesejado e inaceitável.
Concluindo
[tweet]Gestores que não garantem a definição de um método, execução em conformidade e time treinado ficam amarrados ao microgerenciamento.[/tweet] São eles mesmos “vítimas” da má gestão que não os qualificou.