O ritmo das mudanças impulsionado pelo crescimento exponencial da capacidade de processamento dos computadores, associado às capacidades cada vez maiores com custos cada vez menores de armazenamento e a conectividade extrema tem propiciado o surgimento de modelos de negócio exponenciais.
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Esse fenômeno fica mais fácil de entender a partir das análises de Ray Kurzweil e sua “Lei dos Retornos Acelerados” e os princípios ensinados pela Singularity University. Tais ideias não só explicam a “mudança e crescimento exponencial” como fornecem um “roteiro” que indica im conjunto de estágios comuns para as mudanças que estão a caminho. São os famosos 6Ds da inovação.
Nesse post fazemos uma breve revisão de cada estágio (cada D)). Com esse conhecimento, as empresas podem determinar o que “está por acontecer” e se preparar para “aproveitar” as oportunidades emergentes.
#1 (D)igitalização
Qualquer atividade/processo que ganha uma versão digital passa a ser objeto de crescimento exponencial. Afinal, tem seu avanço associado ao ritmo de crescimento das capacidades computacionais de processamento, armazenamento e transmissão de dados.
Negócios digitais são sustentados em informações que são fáceis (e baratas) de manter e compartilhar. Além disso, são fáceis de integrar a outros negócios digitais gerando ganhos em cadeia ou formação de plataforma.
Empresas como a Uber, AirBnB, Spotify, Netflix são bons exemplos de empresas famosas que nasceram da digitalização e automação de atividades que existiam muito antes e que ganharam escala rapidamente.
#2 (D)ecepção
A consolidação de uma alternativa digital para um negócio ou processo não ocorre rapidamente (embora os prazos estejam cada vez mais curtos). É comum que ocorra algum ceticismo quanto a viabilidade de um negócio digital, principalmente nos primeiros momentos.
A impressão 3D, por exemplo, ainda não causou o impacto que esperávamos (quando causar, teremos uma reinvenção definitiva para a indústria, principalmente logistica). No passado, as câmeras digitais demoraram até se tornar em alternativas viáveis para as câmeras analógicas (a primeira câmera, produzida pela Kodak, tinha resolução de 0,01MP).
A condição inicial do movimento de digitalização costuma ser pouco atrativo para o capitalista. Entretanto, é marco para um processo sem volta.
Como empresários, podemos optar por não nos envolver com o início da curva. Afinal, podem ser demandados investimentos altos. Porém, a entrada retardatária pode ser fatal.
#3 (D)isrupção
Uma vez que o negócio ou tecnologia digital (exponencial) supera a descrença e se torna minimamente viável, a alternativa tradicional (linear), torna-o irrelevante.
Se você pode assistir um filme por streaming, por que ir a uma locadora? Se pode ter acesso a música digital, por que comprar um CD? Se pode obter um livro digital instantaneamente, por que esperar um mês para receber uma encomenda vinda do mercado externo? Se pode chamar um carro por aplicativo, pagando pelo aplicativo, por que chamar um taxi e pagar em dinheiro? Se pode resolver suas rotinas bancárias pela internet, por que ir a uma agência?
Mais uma vez: No momento que a oferta digital torna-se madura o suficiente para servir como uma alternativa para a oferta tradicional, passa a ser dominante de forma definitiva.
#4 (D)esmonetização
A evolução tecnológica torna a oferta de produtos naturalmente mais barata. Mesmo que nossos celulares estejam cada vez mais caros (por enquanto), quando consideramos a quantidade de equipamentos que estamos substituindo por aplicativos, a comparação revela-se risível.
Software é muito mais barato de manter e tem custo de replicação muito mais baixo. Por isso, ao longo do tempo, o custo dos serviços digitais tende ao zero (o que exige uma revisão dos modelos de negócio).
Outro ponto importante é que serviços essenciais, fornecidos por software, são sempre propensos a revisão. Por exemplo: a Apple popularizou a venda da música digital e acabou de destruir (não estou ignorando o Napster) o modelo tradicional da indústria fonográfica. Pouco tempo depois, a Spotify tornou a proposta da Apple novamente obsoleta. Estou curioso em ver o futuro da Uber …
Uma ressalva: [tweet]Toda vez que você usa um serviço ou consome um produto gratuíto, o produto, geralmente, é você.[/tweet]
#5 (D)esmaterilização
Estamos, cada vez mais, substituindo hardware por software. Rádios, câmeras, GPSs, etc tem deixado de ser opções físicas e estão se convertendo em software em nossos bolsos.
Chama a atenção ainda encontrar pessoas comprando calculdoras HP 12C. Afinal, que existe uma opção oficial (em software), bem mais barata, disponível em qualquer loja de aplicativos.
#6 (D)emocratização
Sem custo (direto), com acesso facilitado, a solução torna-se democrática. Ou seja, acessível a todos!
No passado, tínhamos cuidado em preparar ambientes e selecionar com cuidado fotos. Hoje, todo mundo tira foto de tudo (principalmente de gatos e comida).
No passado, comunicar com alguém distante era um processo lento e caro. Depois, SMS se tornou opção rápida (e cara). Hoje, todo mundo usa Whatsapp (até sua mãe ou avó, que tem dificuldades para usar outros aplicativos).
O que fazer?
A “lei dos retornos acelerados” não pode ser evitada. Se seu negócio pode ser ser digitalizado/automatizado, ele será. Não há nada que possa ser feito para evitar isso.
A disrupção ocorre em prazos cada vez menores. [tweet]Se você participa de uma atividade/negócio pautado em uma oferta tradicional e sabe de movimentos de “digitalização”, esteja preparado pois a mudança irá chegar rápido.[/tweet]
De toda forma, novos modelos de negócio estão se tornando viáveis de forma cada vez mais acelerada. O futuro é abundante! É necessário acompanhar o estágio de cada inovação e estar atento.