[tweet]Rosas são semeadas, crescem, florescem e morrem. Jardins, entretanto, permanecem vivos: indefinidamente, neles, sempre há algumas coisas nascendo, outras crescendo ou florescendo e algumas morrendo.[/tweet] Este raciocínio, proposto em 1981 por John Gardner, é a inspiração para “os três horizontes do crescimento” – framework utilizado há décadas pela McKinsey.
Por analogia, negócios são como as rosas e empresas deveriam ser como os jardins. Ou seja, empresas deveriam ser ambientes favoráveis para o surgimento de novos negócios, de maneira sistemática e contínua. Afinal, em algum momento, mesmo negócios saudáveis atingem pontos de estagnação e iniciam declínio. Por isso, para que as empresas continuem crescendo de maneira sustentável, devem periodicamente substituir “negócios cansados” por outros mais novos e vigorosos.
A alta gestão precisa ter visão bifocal: parte para interesses de curto prazo, outra para interesses de longo prazo.
Peter Drucker
A recomendação no framework dos três horizontes é que todas as empresas mantenham, pelo menos, três visões para seus negócios, considerando diferentes timeframes e expectativa de lucro.
Uma constatação de sua validade é a evolução de negócios da Microsoft.
O primeiro horizonte deve tratar dos negócios que estão suportando atualmente a organização. São eles que “pagam as contas” e permitem que competências sejam desenvolvidas para proporcionar o crescimento. A ênfase da gestão, nesse horizonte, é maximizar o lucro, geralmente, combatendo custos.
Considerando o caso da Microsoft, por exemplo, por anos seu “Horizonte 1” contemplava sistemas operacionais e o pacote Office.
Veja também
- Em tempos de contingência, é essencial fazer análise objetiva do portfólio de ofertas da organização
- Drops da EximiaCo onde recordamos o surgimento da interface Ribbon no Office
O segundo horizonte corresponde às iniciativas que estão ganhando relevância ou começando a crescer. São os negócios que estão atraindo a atenção de investidores. Eles podem transformar os resultados da companhia, mas necessitam de investimento considerável. Voltando ao caso da Microsoft, o “Horizonte 2” da companhia foi, durante muito tempo, o Azure.
Finalmente, no terceiro horizonte estão as “sementes dos negócios do amanhã”. São opções de futuras oportunidades e, mais do que ideias, já têm atividades reais e recebem investimentos, mesmo que pequenos.
É importante fazer distinção entre os “três horizontes” e planejamento simples de curto, médio e longo prazo. Neste último, a gestão posterga algumas atividades de maneira deliberada. Por outro lado, o objetivo de gerenciar os três horizontes é desenvolver muitos negócios em paralelo com distinção ao estágio de maturidade. Os três horizontes devem ser gerenciados simultaneamente, não sequencialmente.
Iniciativas nos três horizontes geram retornos em prazos diferentes. Entretanto, o prazo para geração de retornos tem pouca relação com a quantidade de atenção e investimentos da gestão.