Nos próximos cinco anos, segundo o Gartner, 65% das soluções de software serão desenvolvidas usando ferramentas Low-code/No-code. Dessas iniciativas, 75% terão aplicação pequena ou moderada. Daí, infere-se que boa parte do trabalho acontecerá, fora dos setores de TI, por profissionais não especializados, fomentando o risco de Shadow IT.
[tweet]É fato que os setores de tecnologia, em ambientes corporativos, não conseguem atender a demanda, cada vez maior, das áreas de negócio. Aliás, boa parte do interesse crescente por plataformas Low-code/No-code decorre disso.[/tweet] Assim, se CIOs, CTOs e CFOs se preocuparem exclusivamente com a erradicação ingênua da Shadow IT, estarão, apenas, dificultando o desenvolvimento de capacidades essenciais para a competitividade.
Na prática, negar a tendência de descentralização do trabalho, no longo prazo, além de não impedir que a TI de sombra aconteça, intensifica o surgimento de soluções “capengas”. [tweet]Departamentos de TI precisam, urgentemente, abdicar de sua atuação operacional para poderem assumir protagonismo estratégico.[/tweet]
É fundamental reduzir ou eliminar as barreiras para que software seja desenvolvido em toda organização, muito além dos departamentos de TI. Isso é plenamente realizável, de maneira responsável, pela aderência às condições de compliance e práticas de governança. O primeiro passo para isso é garantir que tais condições e práticas estejam formalmente definidas e comunicadas.
Hoje, boa parte das iniciativas de Shadow IT se origina da necessidade de simplificar o trabalho e aumentar a eficácia dos processos. O mapeamento dessas iniciativas, com devidos esforços de adequação, permitiria que soluções locais fossem expandidas para toda a organização, maximizando geração de valor. Esse posicionamento redefine os setores de TI de “gargalos operacionais” para “promotores”.
Em pouco tempo, empresas bem sucedidas terão setores de TI atuando, cada vez mais, como orquestradores e normatizadores. Obviamente, projetos estratégicos, de maior abrangência e complexidade, que demandem código vão continuar sob responsabilidade competente dos profissionais especializados.