Imagine-se utilizando o Word para elaborar uma tabela. Em seguida, copiando essa tabela para um e-mail e enviando-a para um colega que, imediatamente, a copia para uma apresentação em PowerPoint. A partir disso, sempre que uma alteração é realizada nessa tabela – seja no documento em Word, no corpo do e-mail ou na apresentação em PowerPoint – todas as “cópias” são atualizadas instantaneamente.
Agora, imagine que no lugar de uma tabela, você compartilhe com um cliente, por e-mail, um formulário de dados de sua aplicação. Na medida em que o cliente preencher esse formulário no cliente de e-mail dele, sua aplicação seja instantaneamente atualizada.
O nível de experiências descritas nos últimos parágrafos é a inovação prometida pelo Fluid Framework. Trata-se de uma tecnologia que promete “democratizar” o desenvolvimento de experiências colaborativas, componíveis e portáveis que, em breve, será open source.
A mágica do Fluid Framework é conceitualmente simples. Aplicações clientes – como o Word, PowerPoint, Teams, etc – permitem a utilização e o compartilhamento de componentes (como tabelas, gráficos e outros elementos que encontramos em documentos) implementados utilizando a tecnologia fluid. Esses componentes, por sua vez, organizam as informações utilizando estruturas de dados distribuídas, orquestradas e sincronizadas por servidores na nuvem. Tudo com base em tecnologia open source.
Além de tabelas, formulários, gráficos e outros elementos comuns, a ideia é permitir o desenvolvimento fluid components customizados, até aqui, em Javascript.
De forma análoga, utilizando a tecnologia, qualquer desenvolvedor poderá também desenvolver aplicações clientes que renderizam e suportam a execução dos fluid components. O mesmo também é verdade para o desenvolvimento de aplicações server que mantem todas aplicações clientes sincronizadas. Não há dependência alguma com tecnologias proprietárias da Microsoft.
Em termos práticos, a utilização do Fluid Framework talvez represente uma verdadeira revolução na forma como concebemos a interação dos usuários com os sistemas. De fato, a manutenção dos dados romperá os limites de nossas aplicações, reduzindo muito o tempo e simplificando muito os processos para garantia da sincronização entre fontes de dados. Na prática, a “interface” de um sistema que forneça componentes fluid passará a ser qualquer cliente compatível com a tecnologia.
Um gráfico desenvolvido como fluid component em uma aplicação, consolidando, por exemplo, volumes de vendas, poderá ser atualizado instantaneamente, em uma apresentação PowerPoint enquanto as vendas estiverem acontecendo.
Fluid Framework traz para o LoB recursos que antes estavam disponíveis em soluções de gigantes. Há uma pluralidade enorme de cenários e aplicações que podem acelerar a transformar negócios por habilitar a cooperação. Além disso, muito do que entendemos como melhores práticas para integrações pode mudar radicalmente.