A contagem regressiva para a obsolescência
A maioria das grandes organizações tradicionais enfrenta o desafio de se modernizar, superar seus sistemas obsoletos e transformar a maneira como produzem tecnologia para se tornarem mais inovadoras e eficientes.
Não é por menos que essa seja uma das principais preocupações das organizações. Embora possa parecer um pouco apocalíptico, apenas 16% das empresas listadas em 1957 no S&P 500 permaneceram até 2007, e a percepção é de que, na contemporaneidade, o ritmo de mudança seja ainda mais acentuado. Cenário corroborado pela previsão da Innosight em 2018, que estimou que cerca de 50% das empresas do S&P 500 seriam substituídas na próxima década.
A Conspiração do status quo
Esses não são desafios simples, pois toda transformação também envolve uma mudança de cultura. Como bem descrito pelas leis de Larman sobre comportamento organizacional, as empresas são implicitamente otimizadas para evitar mudanças no status quo. Pessoas em cargos de liderança e especialistas tendem a proteger suas posições e as atuais estruturas de poder.
Qualquer medida disruptiva tende a ser atacada como “purista”, “teórica demais”, “revolucionária” ou que precisa ser adaptada para atender às necessidades locais. Às vezes, até mesmo seguida de afirmações do tipo: “Mas, no nosso caso é diferente, não somos uma empresa de tecnologia.”
Essa adaptação, na prática, implica em blindar as estruturas de poder atuais e consequentemente impede que as fraquezas da organização e dos gestores sejam devidamente abordadas. Embora sua empresa talvez não se perceba como uma empresa de tecnologia, qualquer negócio relevante é suportado, direta ou indiretamente, por software. Portanto, essa afirmação pode ser, no mínimo, perigosa para a visão do negócio.
A transformação cultural exige sacudir as estruturas, realizar mudanças na topologia dos times, alterar os sistemas de estímulos estabelecidos, formar pessoas capacitadas e ter coragem para, dolorosamente, fazer substituições na equipe. Não é apenas a utilização de Domain Driven Design, microsserviços ou a aplicação de uma sequência de workshops de agilidade com temas de Scrum e Kanban que serão capazes de suportar um processo de mudança tão intenso.
Não basta sobreviver, é preciso inovar
A transformação implica em romper com um antigo modelo de crenças, e tentar resolver problemas com a mesma mentalidade que os criou é impraticável. Leva tempo e tem seus custos, mas não fazê-la significa perda de competitividade frente a novos entrantes que já nascem digitais, muito mais ágeis e com uma velocidade de inovação infinitamente superior aos big players.
Em suma, a verdadeira transformação digital vai muito além da simples incorporação de novas tecnologias ou metodologias. Ela requer inovação no modelo de negócio, remodelagem das ofertas e uma reavaliação completa da cultura e estrutura organizacional, um desafio que é muitas vezes desviado pela resistência inerente à mudança. A narrativa de “não somos uma empresa de tecnologia” é, na verdade, um sintoma dessa resistência e uma desculpa para preservar o status quo. Na era digital, todas as empresas devem reconhecer que, de uma forma ou de outra, são impulsionadas pela tecnologia. Negar essa realidade é negligenciar a necessidade de mudança e corre-se o risco de ser ultrapassado por competidores mais ágeis e inovadores.
A transformação digital não é uma opção, mas uma necessidade para a sobrevivência e sucesso no cenário empresarial contemporâneo. Portanto, as organizações devem enfrentar as dificuldades da mudança de frente, com coragem e determinação, para garantir seu lugar no futuro. Se a sua empresa está passando por este processo e precisa de ajuda para dar o próximo passo, conheça a nossa consultoria e assessoria em Modernização do Legado e entenda como podemos auxiliá-lo nesta jornada.