A tecnologia hoje se tornou o principal meio de interação entre as empresas e os consumidores, por isso, a experiência de uso dos produtos precisa estar cada vez mais alinhada às necessidades e anseios dos usuários, através de interfaces fáceis de entender e simples de usar. Só que para chegar neste resultado, é preciso antes entender as motivações dos usuários e garantir que toda a equipe envolvida no desenvolvimento do produto esteja alinhada e indo na mesma direção.
Por que alguns produtos encantam enquanto outros simplesmente falham?
Os produtos deveriam ajudar as pessoas a resolverem os seus problemas, mas nem sempre isso acontece. Os bons produtos são fáceis de entender e utilizar, pois estão orientados às necessidades do usuário, porém, muitos produtos são confusos, possuem excesso de recursos e não comunicam de forma adequada o que o usuário precisa fazer. A origem deste problema geralmente é na concepção do produto, seja pela falta de entendimento do problema a ser resolvido, pela falta de conhecimento das necessidades do usuário ou mesmo pelo desalinhamento na comunicação entre as equipes de negócio e tecnologia envolvidas no processo.
O alinhamento crucial entre tecnologia e negócio no desenvolvimento do produto
Quando tratamos do desenvolvimento de um novo produto, uma das primeiras preocupações que a empresa tem é qual tecnologia será utilizada. Tanto a tecnologia quanto o escopo do produto são fundamentais, porém, um problema recorrente que vemos é a falta de alinhamento e entendimento entre as equipes técnicas e de negócio quanto ao que é o produto, qual problema ele resolve e como ele entrega valor para o usuário.
A equipe de negócio tem conhecimento das dores e problemas que levariam o usuário a utilizar o produto, porém, nem sempre essas informações chegam com este mesmo entendimento até a equipe técnica, que seria a responsável pelo desenvolvimento do produto. A equipe técnica, por sua vez, está preocupada com questões de performance e consistência do software, em oferecer a maior quantidade possível de recursos para o usuário, porém, se isso não está de acordo com as demandas do usuário, não irá resolver o seu problema. Em muitos times ainda não há o acompanhamento e assessoria de um profissional de usabilidade e mesmo quando há, muitas vezes ele está mais preocupado em desenvolver uma interface bonita do que funcional, até porque nem sempre chega até ele quais são as principais motivações do usuário no uso do produto.
Há um claro desalinhamento do entendimento entre as equipe do que é o produto, que problemas ele resolve e que valor ele entrega para o usuário. Como não há um entendimento comum sobre esses aspectos, o resultado final acaba sendo um produto que não atende plenamente às necessidades e expectativas do usuário, o que acaba gerando frustração e prejuízo para todos.
Definindo uma proposta de valor a partir da perspectiva do cliente
A comunicação do produto, que deveria colocar o usuário no centro do processo, muitas vezes acaba sendo influenciada pelas opiniões da equipe técnica e de negócio, que acabam imprimindo ao produto interpretações particulares que atendem apenas às suas necessidades e anseios. A atuação de um profissional de UX sem embasamento do negócio também não garante sucesso do produto, já que sua abordagem pode se restringir apenas à aplicação de boas práticas para tornar o produto mais funcional, mas sem levar em consideração se ele está entregando valor de fato para o usuário.
A nossa proposta é, antes de definir o escopo do produto e pensar sua usabilidade, fazer uma análise de seu propósito e funcionalidade, definindo uma proposta de valor a partir da perspectiva do cliente. A proposta de valor é uma declaração que resume o que é o produto, qual problema ele resolve, que valor ele entrega e para quem. Essa metodologia avalia quais são as dores e anseios do cliente no uso do produto e como aumentar sua percepção de valor. Este processo mobiliza toda a equipe envolvida no desenvolvimento do produto e, uma vez definida a proposta de valor, que pode ter diferentes desdobramentos a partir do perfil de usuário que irá utilizá-lo, se estabelece um consenso entre toda a equipe sobre o que é o produto e que valor ele entrega, o que ajuda a orientar de forma mais assertiva todo o processo de desenvolvimento e, sobretudo, a usabilidade e comunicação do produto.
Uma vez definida a proposta de valor, inicia-se a segunda etapa deste projeto, de definir o escopo do produto e modelar a sua comunicação e interface para atender às necessidades e anseios do usuário. A definição do escopo parte das diretrizes levantadas ao longo da análise do perfil do usuário e a modelagem da comunicação e interface consideram não apenas a aplicação das boas práticas de UX como a análise de vieses comportamentais que facilitam a experiência do usuário e aumentam sua percepção de valor do produto.
Construindo produtos com propósito e alto valor agregado
Para conduzir este processo utilizamos ferramentas e recursos do Design Thinking, uma abordagem exploratória que realiza o levantamento, análise e troca de informações para estimular o pensamento crítico e criativo na busca de soluções para diferentes problemas. Dentre as etapas desta metodologia estão previstas a análise de suposições, dúvidas e certezas em relação ao uso do produto, pesquisa de campo sobre soluções concorrentes e construção do canvas de proposta de valor avaliando o comportamento do usuário em relação ao uso produto.
A principal entrega desta etapa é a definição da proposta de valor, que definirá o que é o produto, que problemas ele resolve e qual o principal valor ele entrega. Dependendo dos diferentes perfis de usuário que utilizarão o produto, poderemos ter desdobramentos da proposta de valor principal, indicando como cada perfil de usuário percebe valor a partir dos problemas que precisam ser resolvidos. Essas declarações passam então a ser referências na hora de definir o escopo, priorizar recursos e conduzir a comunicação para cada perfil de usuário que utilize o produto.
Para garantir que a proposta de valor seja sistêmica, é importante que todas as pessoas envolvidas no desenvolvimento do produto, tanto da equipe de negócio quanto da equipe técnica participem do processo, para que, além de explorar os diferentes cenários e contextos de uso do produto, todos se sintam parte do processo e entendam a construção que vai fundamentar a proposta de valor do produto, pois um dos objetivos desta dinâmica é justamente criar um alinhamento e consenso entre todos, diminuindo ruídos na comunicação e aumentando a assertividade das ações.
Um dos obstáculos que podem retardar ou dificultar esse processo é a falta de adesão, principalmente das lideranças estratégicas, em mobilizar as equipes para a realização das dinâmicas de design thinking, em função de cronogramas já estabelecidos e urgência na entrega do projeto, porém, as consequências da falta de alinhamento e comunicação entre os times no resultado final do produto costumam sensibilizar os gestores a priorizarem esta iniciativa.
Como o alinhamento entre equipes transforma o produto e seus resultados
Os principais resultados de clientes já atendidos com esta metodologia são o alinhamento de entendimento e propósito do produto entre todos os envolvidos no projeto, o que reduz significativamente as falhas de comunicação, a ineficiência das operações e principalmente o retrabalho, já que toda a operação está orientada pelas mesmas diretrizes e princípios. Como a proposta de valor está centrada no usuário, as definições de escopo, priorização de recursos e decisões de produto passam a ser mais assertivas, criando um produto mais acessível para o usuário e mais rentável para a empresa.
Essa metodologia costuma ser utilizada por startups no desenvolvimento de novos produtos digitais, porém, vem sendo utilizada também com muito sucesso pela EximiaCo em projetos de modernização de sistemas que já estão há muitos anos no mercado. Neste caso, o processo de design thinking auxilia na reavaliação da proposta de valor do produto que, ao longo do tempo, pode ter sofrido mudanças a partir da inclusão de novos recursos e finalidades, que são comuns em sistemas legados. Esta análise auxilia então na reavaliação e realinhamento do time em relação ao escopo e entrega de valor do produto antes de iniciar o processo de modernização, tornando o processo, que costuma ser oneroso, mais assertivo e alinhado com a estratégia de negócio atual da empresa.
Como a EximiaCo pode ajudar a sua empresa nesta jornada
Se sua empresa está pensando o desenvolvimento de um novo produto ou planejando a modernização de um sistema, este é o momento ideal para avaliar a sua proposta de valor e realizar todo o alinhamento do time. Adoraríamos conhecer mais sobre a história e desafios do seu produto para que possamos construir um projeto de sucesso juntos. Clique aqui para agendarmos um momento para continuar esta conversa. Enquanto isso, gostaria de lhe convidar a conhecer a publicação digital “UX do Jeito Certo“, um livro que estou escrevendo para compartilhar a experiência da aplicação dos princípios relatados neste artigo em projetos de nossos clientes. Até logo!
