Nesta semana, durante uma agenda interna na eximia.co sobre engenharia de alta performance, uma fala do Gabriel Schmitt Kohlrausch ficou marcada:
“Ser ágil é entregar valor, não só cumprir cerimônias.”
A frase surgiu no contexto da engenharia, mas o impacto vai muito além — especialmente para quem, como eu, atua com projetos estratégicos em clientes. Essa provocação revela uma verdade dura: muitas empresas dizem adotar o ágil, e ainda assim se limitam ao teatro dos rituais.
🚫 Planning, daily, review… tudo no calendário. Mas e a entrega de valor real, cadê?
Agilidade não é sobre sprint, é sobre propósito
Há uma armadilha comum em organizações que adotam métodos ágeis: elas acreditam que seguir os ritos basta para serem ágeis e, na prática, caem na burocratização do ágil. As cerimônias viram rotina vazia, e o foco no cliente, no negócio, no impacto, some.
Ser ágil de verdade é construir valor continuamente, não em maratonas pontuais. É tornar o progresso visível e relevante — não apenas mensurável por tarefas concluídas.
Quando o processo sufoca o propósito
Muitos projetos que “seguem o ágil” falham por entregarem… no final. É uma ironia: quebram o escopo, fazem sprints, mas guardam o valor para o fim. O resultado?
❌ Stakeholders desengajados
❌ Dificuldade de mostrar progresso
❌ Time cansado, sem clareza de propósito
O valor deve ser entregue em pequenas doses que movimentam o negócio agora — não só no final do trimestre ou no encerramento do projeto.
A maturidade vem quando o ágil se torna invisível
Os melhores times que vi entregar com agilidade raramente falam de ágil. Eles falam de entrega, de impacto, de resultado. Rituais existem, claro. Mas são meios — não fins. O cliente não quer saber se houve daily. Quer saber se o problema foi resolvido.
E na sua empresa, o ágil está a serviço do quê?
A provocação que ficou da reunião interna vale para qualquer gestor, PMO ou consultor:
👉 Você está entregando valor de forma incremental?
👉 Ou está apenas seguindo um script que tranquiliza, mas não transforma?