A expressão “technical debt” (dívida técnica) é utilizada frequentemente para descrever as situações em que programadores, de forma deliberada ou não, abrem mão de boas práticas de desenvolvimento para ganhar algum tempo. Entretanto, sofrendo as consequências mais tarde com custos e tempos de manutenção mais altos.
De forma análoga, Ben Horowitz utilizou a expressão “management debt” (dívida de gestão). Segundo ele, ela surge quando tomamos uma decisão administrativa que é eficaz no curto prazo, mas traz consequências dispendiosas no longo prazo. Como no caso da dívida técnica, optar pelo curto prazo às vezes faz sentido, mas, na maioria das vezes, não. O mais importante é que, se você não levar em conta a dívida de gestão, acabará indo à falência.
Ele oferece três exemplos práticos de dívidas de gestão frequentemente assumidas por gestores:
- Atribuir um mesmo trabalho para duas pessoas desempenhando uma mesma função.
- Oferecer um salário fora dos padrões da empresa para um funcionário quando este recebe uma proposta externa
- Abrir mão da gestão de desempenho e dos processos de feedback
Ele destaca, e nós concordamos, que essa lista não é exaustiva mas é repetida com frequência nas organizações.
Gostamos particularmente dessa analogia aplicada a decisões técnicas e administrativas pois entendemos que, assim como ocorre com dívidas financeiras, elas “cobram” juros no dia a dia das organizações. Aos poucos, as “dívidas” tiram o foco do que é importante e demandam empenho para simplesmente “manter a máquina funcionando”, sem que nenhum ganho de desempenho seja obtido.
Assim como ocorre com as dívidas técnicas, as dívidas administrativas podem ser necessárias. Entretanto, é importante que se mantenha controles sobre elas.
[tweet]É papel do CTO não apenas treinar e orientar o time para saber quando contrair dívidas técnicas, mas ter clareza de quando são necessárias dívidas administrativas.[/tweet]