Shadow IT descreve quaisquer tecnologias adotadas em ambientes corporativos, sem o conhecimento, ou aval, dos departamentos de TI, não sendo, portanto, tecnicamente, tampouco estrategicamente de maneira oficial, suportadas pelas organizações.
O fenômeno pode ter origem de “baixo pra cima”, através de iniciativas de funcionários da operação e gerentes, ou, ainda, de “cima para baixo”, como reivindicações diretas de uma diretoria. Entretanto, acontece a revelia das áreas que são, primariamente, responsáveis pela tecnologia da informação.
Grupos de Whatsapp são, cada vez mais, o meio mais adotado de comunicação corporativa. Enquanto isso, é cada vez mais comum que boa parte da gestão das organizações, tanto tática quanto estratégica, ocorra pelo suporte de planilhas em Excel. Ambos são exemplos de Shadow IT, pois ocorrem sem anuência dos departamentos de TI. A consumerização tem como efeito colateral de potencializar essas práticas.
As tecnologias no code e low code, que permitem o desenvolvimento de soluções com pouco ou nenhum envolvimento de um programador, têm, também, ampliado a autonomia dos departamentos. Em áreas comerciais, por exemplo, ferramentas SaaS para gestão de vendas são adotadas e descartadas em ritmo frenético.
Shadow IT pode ser considerada, ao mesmo tempo, um grave problema ou uma grande oportunidade. Por um lado, a TI de sombra esconde um alto nível de inovação devido à sua agilidade e flexibilidade. Por outro, as soluções adotadas têm o risco de violar as regras de conformidade existentes ou comprometer a segurança. Além disso, iniciativas de Shadow IT geralmente pecam pela falta de planejamento para a continuidade.
Em termos práticos, Shadow IT não pode ser totalmente evitada. Por isso, é fundamental que as organizações adotem práticas para mitigar seus riscos. O primeiro passo, é transformar os departamentos de TI, de silos isolados de gente técnica, em enablers e orquestradores do processo de evolução dos sistemas de tecnologia da informação da empesa. Isso implica que eles sejam cada vez menos operacionais e assumam posicionamento cada vez mais estratégico.
[tweet]Tecnologia é competência core, fundamental, para as organizações. Ela já não cabe mais em departamentos especializados.[/tweet]