Pensemos juntos:
Imagine que, um dia, alguém bata a sua porta ofertando cristais com propriedades curativas por um “preço justo”. Imagine ainda que o argumento do vendedor é de que os cristais, uma vez colocados sobre seu corpo, conseguem curar até mesmo doenças mais graves.
Se você comprar os cristais acreditando apenas no argumento do vendedor, correrá grande risco de ser vítima de um golpe. Por outro lado, se você descartar a oferta por ela parecer “milagrosa demais”, arriscará ser injusto com o vendedor e perder uma grande oportunidade. Em ambos os casos, segundo Neil deGrasse Tyson, sua atitude desprezando a descoberta da verdade indicará preguiça intelectual.
Todos os dias somos confrontados com ofertas e ideias que, a primeira vista, parecem ser ridiculamente ruins ou milagrosamente boas. [tweet]É indicativo de preguiça intelectual aceitar ou recusar qualquer oferta ou ideia sem, antes, confirmar nossos entendimentos.[/tweet]
Os cenários são infinitos e recorrentes. Todos os dias a preguiça intelectual se disfarça de ingenuidade e faz a presunção ser penalizada com o ridículo. Ela também se disfarça de perspicácia e faz a arrogância ser penalizada com o engano.
A fronteira entre o que sabemos e o que não sabemos é o caos. [tweet]Para que possamos aumentar nosso conhecimento temos que admitir a possibilidade de estarmos errados, mesmo em nossas mais profundas convicções.[/tweet]
[tweet]O perímetro que delimita o que sabemos indica a extensão da necessidade de percepção de nossa própria ignorância.[/tweet] Uma das melhores maneiras para superar essa ignorância é pela prática da curiosidade autêntica e do questionamento interessado.
Que evidências estão disponíveis sobre o “poder curativo” dos cristais? Que testes foram realizados? Quando foram? Os resultados podem ser obtidos novamente? Como foram estabelecidas as relações entre as curas e os cristais?
O crescimento consistente só acontece nos momentos em que superamos nossa tendência natural de preguiça intelectual.