É relativamente comum encontrarmos, em nossos clientes, gestores, bem-intencionados, buscando encontrar formas de entregar mais valor em suas áreas. Infelizmente, muitos desses gestores, acabam piorando os resultados da organização no lugar de melhorar.
A explicação para esse fenômeno encontra-se, acreditamos, na teoria das restrições. Ela foi introduzida por Eliyahu Goldratt e nos lembra que uma corrente sempre se rompe em seu elo mais fraco. De forma análoga, em uma linha de produção, a produtividade do todo é sempre determinada pelo posto produtivo menos eficiente.
Em sistemas complexos, como as organizações, com setores interdependentes, sempre há um gargalo ou restrição. Qualquer iniciativa de melhorar algo que não seja essa restrição não produz benefícios sistêmicos. Ao contrário, não é raro que o “ótimo local” ameace a meta global.
Em uma linha de montagem, por exemplo, onde o “gargalo” encontra-se no meio do processo, qualquer tentativa de tornar um posto produtivo, anterior do gargalo, mais eficiente acaba gerando produção excedente que se acumulará no gargalo. Quando isso acontece, se esse excedente for possível de estocar, haverá aumento da necessidade de capital de giro, senão, haverá perda direta. Otimizações em postos produtivos depois do gargalo também não se revertem em benefício por proporcionar, apenas, capacidade ociosa.
Goldratt ensina, assim, de maneira lógica, que toda organização com postos produtivos, departamentos ou recursos produtivos devem, primeiro, identificar qual é seu gargalo e entender que suas metas serão limitadas por ele. Por isso, o plano deve ser sempre “pensar o trabalho” em função dessa restrição.
Eventualmente, empresas eficientes acham maneiras de elevar a capacidade do “gargalo” a um ponto em que este deixa de ser o fator limitante. A partir de então, há a emergência de outro gargalo que deve passar a ser o ponto central do planejamento.
Não adianta a área comercial captar mais clientes se o pessoal de serviço não tiver condições de atender. Ou ainda, em tempos de Black Friday, não adianta promover ofertas se o site não suportar o aumento da carga. Finalmente, também não adianta tentar melhorar a performance dos aplicativos se o gargalo estiver no banco de dados. Nossas organizações precisam saber trabalhar melhor com suas restrições.