A transformação digital tem modificado não apenas a forma como as empresas operam, mas, principalmente, os produtos que elas oferecem ao mercado. Apoiadas no crescimento exponencial das capacidades de processamento, armazenamento e conectividade, combinadas com a redução dramática de custos associados, empresas tem desenvolvido produtos cada vez mais inteligentes e conectados.
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Há, pelo menos, quatro tendências fortes sendo observadas na geração atual de produtos:
- Eles estão conectados com a nuvem ou, pelo menos, com outros dispositivos.
- Eles tem cada vez mais poder computacional e sensores na borda, operando de maneira “inteligente”;
- Eles conseguem aprender cada vez mais, utilizando recursos de inteligência artificial, interpretação de linguagem natural e outras tecnologias cognitivas
- Eles são cada vez menos vendidos como “produtos” e, cada vez mais, monetizados pelo benefício que geram, em modelos de negócio “as-a-service“.
Na indústria automotiva, por exemplo, carros já são monitorados e conectados à centrais, ajustam suas velocidades com base nos outros carros, estacionam sozinhos (e cada vez melhor).
Televisores deixaram de ser “transmissores de sinal” para se tornarem poderosos dispositivos computacionais, com serviços de streaming que aprendem com o comportamento das pessoas e estão conectados com o restante da casa que, por sinal, também está cada vez mais conectada e inteligente.
No “chão-de-fábrica”, as máquinas já “conversam” em tempo real e ajustam a operação de maneira instantânea reduzindo paradas para setup ou manutenção. Além disso, tem “gêmeas virtuais” simulando e projetando resultados.
Os exemplos são muitos e cada vez mais frequentes. Tornar produtos mais inteligentes e mais conectados tem, também, permitido as organizações contato mais ativo com os clientes finais e aumentado o poder de barganha em seus ecossistemas.
Quando Marc Andreessen indicou que o software está engolindo o mundo, não se restringiu ao formato que as empresas operam. Em um mundo transformado digitalmente, produtos, também, cada vez mais irão embarcar software como forma de gerar valor sustentável.
[tweet]O propósito de uma organização é permitir que seres humanos “ordinários” realizem e alcancem resultados extraordinários.[/tweet] (Peter Drucker)
Produtos que, eventualmente, não sejam ajustáveis para acomodar as quatro características que indicamos acima serão, provavelmente, substituídos por outros que as suportem.