Em 1960, Theodore Levitt, escreveu o clássico “Miopia em Marketing“. Trata-se de um reconhecimento de que clientes “compram” benefícios e não produtos. Mais de sessenta anos depois, continuamos confirmando essa premissa na prática.
Hoje, em plena pandemia, uma empresa de sofware, a Zoom, possui valor de mercado superior as sete maiores companhias aéreas do mundo combinadas.
Produtos completamente diferentes, mas que atendem, com ampla sobreposição, uma mesma necessidade: reuniões executivas. Antes da pandemia, boa parte das reuniões eram presenciais e demandavam viagens aéreas. Agora, com a pandemia, quase a totalidade das reuniões acontece de maineira remota. Dessa forma, boa parte do valor das companhias aéreas foi transferido para empresas que fornecem software para reuniões on-line (como a Zoom).
Nada como a natureza pra eliminar uma ineficiência do mercado, criando novos horizontes de negócio. (Luciano Antoniolo)
O mais interessante é que a mudança na forma como as reuniões acontecem podem ter vindo para ficar. Recentemente, a XP investimentos anunciou que manterá o trabalho remoto, pelo menos, até o final do ano e há boatos de que, talvez, mantenham o formato em definitivo. Nesse “novo normal”, o valor das companhias áreas não foi “destruído”, apenas transferido, exatamente como Levitt argumentou em seu artigo clássico.
Será que o COVID-19 permanecerá por tempo suficiente para forçar outras transferências de valor? Qual o futuro dos restaurantes, cinemas e teatros? Continuaremos com esperas infindáveis em consultórios médicos ou estamos na emergência da telemedicina?