Considerações, no Cloud Cast, sobre desenvolvimento de produtos na era digital

Participamos do episódio de outubro do Cloud Casters, podcast sobre cloud computing e transformação digital. A temática “Produto na nuvem” rendeu diversos insights valiosos sobre tecnologia e negócios junto aos colegas Fabrício Sanchez, Evilazaro Alves e André Carlucci

Partindo da definição do conceito de produto em si, passamos pelos DOs e DON’Ts do planejamento estratégico de produtos, construção do MVP, os níveis do “produto pronto” e o que significa ter uma estratégia global, além da nova realidade da nuvem.

Listamos nesse post alguns dos highlights dessa conversa bastante enriquecedora que resultou em um verdadeiro guia de negócio.

Produto x Serviço

Há vários tipos de produtos, tangíveis e intangíveis, que são destinados a diferentes públicos. Do ponto de vista operacional, um produto é um toten para um serviço. Assim, os dois formam um continuum. Por outro lado, se há um fator que ainda impõe uma diferenciação entre os dois conceitos é a tributação definida em cada estado e município. Assim, a diferenciação pode ser feita entre o ponto de vista de concepção e o aspecto fiscal. 

“Depósito de valor”

A concepção de um produto começa com a identificação, por meio de conversas e pesquisas, do problema do cliente que será solucionado. Acreditamos no poder de construir um protótipo para apresentar ao cliente o plano de negócios, pesando em estrutura de custo e de receita.

Seguindo o conceito de “depósito de valor”, um produto deve implicar em duas coisas: aumento de receita ou redução de custos. Já desenvolvemos produtos na nuvem tecnologicamente apaixonantes, mas que não geraram nenhuma das duas opções. Em consequência, seu valor foi esvaziado. 

Também é preciso avaliar o quanto seu produto mantém-se em pé diante de adversidades externas. Durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, muitas empresas sofreram transformações e cortaram de seus processos features que antes eram core para o negócio e passaram a não ser mais tão essenciais assim.

Por fim, é necessário levar em conta a cultura de compra do mercado onde se está trabalhando. É natural entre empresas grandes utilizar a chamada “cover my ass strategy”, ou seja, não assumir os riscos de comprar de fornecedores muito novos. Por isso, além de investir na preparação de sua equipe de vendas, é fundamental atentar-se também aos hábitos de comprar de seu potencial cliente, para quem sabe inserir-se em sua coluna A de fornecedores. 

MVP: Menos “minimal”, mais “valuable”

Depois do planejamento estruturado do produto, chega o momento de fazer o MVP (Minimal Viable Product). Acreditamos que o primeiro passo é pensar em qual é a cultura de competição de sua empresa, seja ela de intimidade, de diferenciação ou de preço.  

Na construção do MVP deve-se ter em mente que, normalmente, 80% dos problemas dos clientes serão resolvidos com 20% das features do seu produto. Além disso, em qualquer conjunto de clientes, apenas 1% inova e 9% adapta soluções, enquanto 90% copia. 

Ou seja, a essência de seu produto mínimo viável deve se concentrar na pequena parcela de funcionalidades que resolverá os problemas de 10% das empresas que ditam como o mercado funciona. Seguir essa pequena receita reduz muito os riscos de seu produto fracassar. 

Primeiro o “budget”, depois as pessoas

Para iniciar a fase de desenvolvimento de um produto, o primeiro passo é a definição de um budget, que recomendamos ser o mais enxuto possível. Isso vale para empresas já bem sucedidas e ainda mais para startups e pequenos negócios, que lidam com o desafio da extrema incerteza e precisam passar uma mensagem clara aos investidores.

Só depois de definir o budget é que se começa a pensar na estruturação das equipes técnicas e de negócios. É importante pensar em papeis ou skills, e não cargos, porque há uma tendência de adaptar o budget para o tamanho do time. Ter uma barreira para fazer um produto perfeito logo de cara de certa forma é bom para empresas iniciantes. 

O que faz o negócio girar é cliente – por mais que pareça algo capitalista demais de se dizer. Por isso, não se preocupe em começar seu produto com recursos mais simples – grandes players começaram assim, como o Twitter e o Facebook. Para uma empresa que está entrando no mercado, é importante experimentar.

Ok, but what about the data?

Vivemos um momento de “commoditização” da nuvem para os negócios. No começo, falava-se em retenção de custos. Em um segundo momento, a vantagem era sua elasticidade. Hoje, porém, ela proporciona a democratização do acesso a recursos, com a entrega de soluções, por exemplo, de inteligência artificial, que são muito caros fora dela.

Com isso, a nuvem começa a resolver um problema de negócio nas empresas, o que denota o ganho de relevância das decisões técnicas sobre as mercadológicas ou como departamentos de TI passaram a ocupar posições core. As duas áreas continuam tendo papeis distintos, mas a tecnologia oferece novos insights para repensar o negócio. 

Produto pronto para quem?

Definir quando um produto está pronto é difícil. Em nossa experiência, trabalhamos com equipes que entendiam que o produto estava pronto de diferentes maneiras. 

Quando o produto está “pronto para testar”, isso ainda não te autoriza a divulga-lo, porque ainda precisa registrar um nome, determinar um preço, ter uma previsão de disponibilidade, entre outras questões. Estar “pronto para vender” significa cumprir as obrigações fiscais, detalhe que não é sempre lembrado. “Pronto para exportar” é quase que começar o ciclo novamente, mas em outro mercado. Ter uma estratégia global é mais fácil na teoria do que na prática. Cada país tem seu idioma, sistema e leis e toda penetração em mercados estrangeiros está sujeita a surpresas.

Todas essas estratégias têm de ser definidas com muito cuidado e alinhadas com as ações de lançamento e marketing para que o sucesso de seu produto seja consumado. 

Conclusão

Desenvolver produtos hoje é diferente do que há alguns anos. Novidades tecnológicas como a nuvem, por exemplo, removeram barreiras mas introduziram desafios novos.

Discussões como a que tivemos no episódio de outubro do Cloud Casters são, por isso, importantes e deveriam ser mais frequentes.

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Elemar Júnior
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