Recentemente, a Microsoft anunciou o primeiro vertical em seus serviços de nuvem. Trata-se da Azure for Health, uma iniciativa que pode ajudar a conter o crescimento inflacionado dos gastos americanos no setor de saúde. Estima-se que, só em 2018, tenham sido gastos, nos EUA, mais de US$ 3.8 trilhões, algo em torno de U$ 11 mil per capita, mais que o dobro do PIB brasileiro.
A estratégia da Microsoft parece combinar conectividade – coletando informações de devices e prestadores de serviço -, poder de armazenamento e processamento para gerar insights para melhor condução dos serviços médicos.

Para cumprir seu propósito, todas as trocas de informações acontecem em observância ao padrão FHIR.
O interessante, na abordagem da Microsoft, é que ela está de acordo com um padrão recorrente de uso da nuvem para acelerar iniciativas relacionadas com IA. Além disso, está sincronizada com uma verdadeira explosão de aplicativos e startups destinadas ao setor de saúde que, embora absolutamente regulado, é um oceano de oportunidades.
O fato é que os modelos de negócios dos prestadores da área médica, baseados em volume, estão próximos de atingirem seus limites. A tecnologia tem mostrado opções interessantes e, como usual, o desafio a superar parece ser cultural – profissionais da área vão ter de migrar de uma realidade em que atuam com total autonomia para outra onde a base é a colaboração. Entretanto, o caminho parece sem volta. No lugar de cobrar muito, de poucos, o caminho será cobrar pouco de muitos – tudo isso, apoiado pela tecnologia.
Se uma atividade puder ser automatizada, será. A transformação que começa a atingir o setor médico já é realidade para outros setores e, em breve, será ainda mais abrangente. Parece que a previsão de Marc Andreessen, que afirmou em 2011 que toda empresa terá como competência core desenvolver software ou se tornaria irrelevante parece ser cada vez mais um fato concretizado.
Lideramos pela mudança mudando a forma como lideramos. Quanto menor a resistência à demanda pela transformação, menores são os riscos para as empresas e maiores são as oportunidades. Ignorar, não resolve.